COMUNIDADE

Parque aquático do Centro Olímpico abre as portas para a cidade e promove o 25 Horas Nadando. Raia do Sarah tem elevador para auxiliar pessoas com deficiência

Júlio Minasi - DEL/DAC

Os benefícios da natação são propagados por praticantes e especialistas. A já conhecida promoção da saúde de corpo e mente, entretanto, é apenas uma das virtudes do 25 Horas Nadando. O evento organizado pela Universidade de Brasília em parceria com o Sesc chega à 25ª Edição com a característica de ser uma festa de integração pelo esporte. Cerca de 4 mil pessoas desfrutaram de momentos de lazer, entretenimento e convivência durante o evento, encerrado na manhã deste domingo (26) no Parque Aquático William Passos.


Os sorrisos nas áreas das piscinas foram tão comuns quanto as roupas de banho. Crianças e adultos com diferentes níveis de condicionamento e aptidão esportiva esbanjaram alegria nas áreas das oito raias do 25 Horas. O clima, aliás, era o mesmo nas demais instalações do Centro Olímpicos. Shows, saltos de trampolim, brinquedos lúdicos e a área de alimentação contribuíram para movimentar a tradicional prova de revezamento.

 

Acompanhada de colega de trabalho, Luciane Galvão levou os filhos ao Centro Olímpico

“A gente gosta muito de participar. É o terceiro ano que venho para contribuir e acompanhar”, conta a funcionária da Rede Sarah de Hospitais Luciane Galvão. Ela fez questão de trazer os filhos, Felipe, de quatro anos, e Davi, de sete, para a piscina. “Gostei muito”, diz o mais velho, que garante ter aproveitado as atividades disponíveis.


“Esse evento já faz parte da história de Brasília”, diz o professor da Faculdade de Educação Física (FEF) Paulo Gutierres ao nadar a prova pela primeira vez. “É muito bom participar. Temos aqui um estímulo à prática esportiva e ao combate do sedentarismo”, avalia ele, que é ex-atleta da modalidade.


Nadador do Centro Olímpico e Paralímpico do Setor O de Ceilândia, Felipe Aurélio dos Santos também demonstrou satisfação por estar presente. “Nado por lazer. É sempre bom ter a oportunidade de vir a eventos como esse”, afirma.

 

Equipamento ajuda na participação de pacientes do Sarah

INCLUSÃO – A Rede Sarah marcou presença pela 15ª vez no 25 Horas Nadando. A novidade desta edição ficou por conta de uma plataforma elevatória, cedida pelo Sesc, que ajudava a entrada de pacientes na piscina. “Está bom demais. Pretendo nadar 200 metros”, diz o aposentado Fernando José da Silva, que ficou paraplégico em 2017, após se acidentar quando consertava o telhado de casa. “Tinha medo de entrar na água. Hoje, acho uma maravilha”, afirma.


Servidora pública e também paciente do hospital, Aline Vasconcelos encara a prova como “forma de enfrentar os desafios”. Ela, que é graduada em Arquitetura pela UnB, prometeu nadar 800 metros em duas entradas na piscina. “É uma busca de superar meus próprios limites. Precisamos de mais eventos como esse”, diz.

 

“Temos aqui a possibilidade de trabalhar com a transição dos pacientes para a realidade externa”, informa a profissional de Educação Física Patrícia Guanais. Ela explica que há inúmeras barreiras longe da realidade do hospital. Além de limitações de acessibilidade em espaços públicos, os pacientes podem se sentir inibidos com a exposição do corpo. “Precisamos incluir mais as pessoas com deficiência nesses eventos. Nosso sonho é que elas possam participar de todas as raias”, afirma.      

 

Reitora Márcia Abrahão participa da abertura da prova de revezamento aquático

PERCEPÇÃO INSTITUCIONAL – A satisfação do público foi compartilhada por gestores e organizadores. A reitora Márcia Abrahão esteve na abertura do evento e destacou a importância de abrir os espaços da UnB à população. “É muito importante estimularmos a relação da UnB com a sociedade. Esse evento é uma oportunidade para isso”, afirma. “Conseguimos aqui promover o esporte e tudo de bom que ele oferece”, avalia a gestora, que observou com satisfação a presença de estudantes e ex-estudantes entre os participantes e promotores do evento.


Coordenador da prova e do Laboratório de Pesquisa sobre Gestão no Esporte (Gesporte/FEF), o professor Paulo Henrique Azevêdo comemora os retornos que tem recebido. “Temos aqui encontros de gerações. Há pessoas que se conhecem e fazem amizades a partir do evento”, diz ele, que destaca o 25 Horas Nadando como “uma grande rede de confraternização”.


Azevêdo ressalta a participação dos estudantes dentro e fora das piscinas. “Temos 200 inscritos entre os alunos da FEF. Além disso, há 83 estudantes envolvidos em todo o processo de organização”, afirma. Os discentes colaboradores cursam disciplinas como Administração em Educação Física e Gestão de Eventos em Saúde, Esporte e Lazer.


“O 25 Horas Nadando é motivo de satisfação”, elogia o decano de Assuntos Comunitários, André Reis. “É um evento como nós queremos. Esse é um momento de impulsionar o esporte, de promover a qualidade de vida”, avalia ele, que também é professor da FEF.  

 

Parceria com o Sesc garante atrações além das piscinas

PARCERIA – O diretor da FEF, Fernando Mascarenhas, diz que o 25 Horas “traz visibilidade para um esporte que, a despeito de ser tradicional, precisa ter mais espaço”. Ele salienta as oportunidades acadêmicas abertas na prova e nas parcerias com o Sesc. “Eles têm apoiado nossos projetos e, em consequência disso, têm conseguido a qualificação de seu pessoal”.


O chefe da Divisão de Desenvolvimento Humano do Sesc-DF, Guilherme Reinecken, afirma estar “bastante feliz com as parcerias”. Entre as colaborações com a Universidade, ele cita a publicação de livros e revistas, as ações de promoção da ciência com o Instituto de Física e os atendimentos de clínica social mantida com o apoio do curso de Odontologia.      

 
CLASSIFICAÇÃO E NÚMEROS – A equipe do SESC-DF acumulou 95.400 metros nadados e, por isso, foi a campeã do 25 Horas Nadando. O pódio foi completado pelos times Tubarões do Lago Paranoá / Triton Esporte e Ação (92.700 metros) e Agulhão (92.600). A raia compartilhada por UnB, Centro Olímpico Paralímpico, Escoteiros e Comunidade foi a sétima em distância percorrida com 72.800 metros.


Segundo a organização, 1,3 mil pessoas caíram na água. O atleta Gabriel Andrade, do Sesc, foi o que mais nadou: 10.200 metros. Entre as mulheres, a liderança ficou com Amanda Guimarães, da Aqua 710 / Aquafan / Raia 10 / Aquanaii, com 10.000 metros nadados. O mais jovem atleta na prova foi Gabriel Camargo. O pequeno competidor da equipe do Sarah tem apenas dois anos e oito meses. Nascido em 1934, Manoel Gonçalves, do Sesc-DF, foi nadador mais experiente a cair na água.

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