MOBILIZAÇÃO

Mutirão será realizado na sexta-feira. Amostras são coletadas para avaliar condições de solo

Júlio Minasi - DEL/DAC


A recuperação dos campos de grama do Centro Olímpico da Universidade de Brasília ganhou um reforço de peso: a comunidade acadêmica. Desde a semana passada, professores e estudantes das faculdades de Educação Física (FEF) e Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) avaliam as possíveis intervenções na área, que sofre com a presença de pragas e a irregularidade do solo. A proposta é envolver uma frente com voluntários e profissionais até a fase de replantio de áreas degradadas.


Acompanhado por dois alunos, o professor da FAV Ricardo Carmona percorreu os campos e coletou amostras do solo. A estimativa é de que informações sobre a fertilidade e acidez da terra estejam disponíveis na próxima semana. Antes disso, já foi iniciada a fase de capina e combate a pragas com apoio de dois funcionários terceirizados da Prefeitura dos Campi (PRC). “Encontramos muitos formigueiros cupins e plantas invasoras”, afirma o docente.


O trabalho nessa etapa requer o envolvimento de mais pessoas. Por isso, Carmona e seu colega da FEF Alexandre Rezende convidam a comunidade para uma ação no local na sexta-feira (26). Leia mais sobre a atividade em mutirão abaixo.

 

Professor Ricardo Carmona coleta amostras do solo para análise

Responsável pelas disciplinas Manejo de Plantas Daninhas e Produção e Tecnologia de Sementes, Carmona explica que a restauração do campo inclui ainda a descompactação, feita com picaretas e enxadas, e outras duas etapas principais: o tratamento do solo por meio de calagem (adição de calcário para correção do PH), gessagem (colocação de gesso agrícola para favorecer o crescimento da grama) e adubação e o plantio de novas mudas. “A adubação será feita de forma equilibrada com macro e micronutrientes, pois assim o gramado crescerá de forma muito mais vigorosa”, informa Carmona. 


Os dois campos do CO têm juntos 20 mil m² de área. A grama utilizada é do tipo batatais (Paspalatum notatum), resistente às condições climáticas do cerrado e ao pisoteio de atletas. Futebol, rúgbi e ultimate frisbee estão entre as modalidades que demandam o uso do espaço.       


MUTIRÃO – O trabalho em grupo para retirada de plantas invasoras vai ter início às 8h do dia 26. A participação nas atividades de capina é aberta a todos que quiserem ajudar. Professores e trabalhadores da prefeitura vão estar no local para orientar os voluntários e fornecer informações sobre o processo de recuperação do gramado. “É um trabalho simples, mas delicado. Requer cuidado para não estragar a grama”, explica Cláudio Ribeiro, colaborador da PRC.

 

Funcionários da Prefeitura vão acompanhar voluntários em mutirão

“Esse envolvimento das pessoas é muito importante para a melhoria e conservação dos nossos espaços”, afirma o professor Alexandre Rezende. Ele destaca a multidisciplinariedade que cerca o esporte. “Além das áreas tradicionalmente ligadas ao esporte, vemos o envolvimento de áreas como a agronomia. Esse trabalho pode originar novas especialidades como a da conservação de gramados”, avalia.


Bolsista do Programa Integrado de Fomento ao Esporte Universitário, a caloura de agronomia Bárbara Passos está animada por participar do processo de recuperação dos campos. “Fico muito feliz. É uma porta que se abre. É uma oportunidade de aprender e contribuir para a Universidade”, diz. Colega de curso de Bárbara, o estudante Mateus Loiola também auxilia a iniciativa.