Líderes de torcida são personagens frequentes nos filmes norte-americanos. Com coreografias, gritos de guerra e pompons, animam times de escolas e faculdades. Essa visão consolidada no imaginário popular, no entanto, começa a ficar para trás. A prática envolve técnica apurada e há pelo menos uma década ganhou status de esporte no Brasil. A Universidade de Brasília desponta como protagonista da modalidade. O clube UnB Cheerleading participa em dezembro do Cheerfest Supernational, campeonato nacional agendado para o Rio de Janeiro.
A participação da UnB no Cheerfest se dá em categorias de nível e dois e três. Por convenção internacional, a modalidade estabelece seis níveis, que variam de acordo com a dificuldade das performances. No país, ainda não há equipes que atinjam o nível seis da modalidade, que envolve elementos de ginástica artística, acrobacia e dança.
“Vamos para ganhar”, afirma o presidente do UnB Cheerleading e treinador, Pedro Henrique Rodrigues. Ele coordena dois treinos semanais das equipes e garante que os 50 atletas que vão ao Rio estão focados. “O nosso objetivo agora é o Cheerfest. Mas a partir do ano que vem queremos receber novos atletas”, diz.
“A gente só torce para gente”, brinca a atleta e estudante de Medicina Letícia Valério. Ela explica que o cheerleading caminha com as próprias pernas e é modalidade esportiva que requer técnica. “Já fizemos apresentação em torneio de futebol americano, mas o nosso treino não é para animar torcida”, diz. A futura médica ingressou no esporte há dois anos por meio da Atlética Insana. “Fiz patinação e dez anos de balé. Isso ajudou a acelerar o desenvolvimento”, conta.
Aluna de Educação Física, Ketlyn Azevedo conheceu o esporte na mesma época e logo ganhou espaço no time. Ano passado, ela participou do Cheerfest pelo All Star, uma espécie de seleção distrital. “Na época viajei com pouco de treino”, lembra a atleta, que agora se sente mais preparada e projeta voltar do Rio com o troféu.
OCUPANDO ESPAÇOS – A maioria dos treinos do clube é realizada nas noites de terça e quinta-feira no Centro Olímpico. As atléticas coordenam práticas ao redor do Campus Darcy Ribeiro, em especial na entrada da ala sul do Instituto Central de Ciências (ICC).
O estudante de Educação Física Luís Henrique lidera trabalho na Atlética Alterada e afirma que a proposta é ocupar os espaços da Universidade com as performances. “Já fizemos apresentações no ICC e no RU [Restaurante Universitário]”, conta. “Muita gente começa a se interessar depois desse contato. Nossa ideia é conseguir cada vez mais participantes”.
O cheerleading mescla homens e mulheres em três funções principais: flyer, atletas que são projetados para cima; base, que dão suporte e impulsionam os flyers; e back, responsáveis por amortecer atletas nas descidas e apoiar os integrantes da base. Saiba mais sobre a modalidade na UnB.