Uma delas é o Futmanobol, nova modalidade que vêm se desenvolvendo principalmente na universidade, no campus que leva o nome do antropólogo e educador, com atores que o frequentam diariamente.

Talvez o único esporte coletivo com bola a utilizar em quantidade similar as mãos e os pés para se jogar, o Futmanobol mescla futebol, vôlei e fundamentos de outras modalidades como basquete e punhobol no intuito de marcar gols (entenda a regra do jogo).

Futmanobol é um dos esportes com mais ampla gama de recursos e contextos possíveis

O esporte completou no último dia 10 de setembro nove anos da realização de seu primeiro jogo (confira o relato do seu criador e técnico desportivo da DEAC, Cristiano Hoppe Navarro). O Futmanobol tem entre seus sete princípios a Criatividade (“estímulo ao uso e criação de novos e múltiplos recursos para diferentes contextos”) e, representado pelo símbolo do Homem Vitruviano, o Jogo Completo (“uso de todo espectro corporal para solução de problemas nas partidas”). O esporte vive hoje uma fase de expansão, com uma base consolidada de atletas e competições e perspectivas na criação de um site e redes sociais e na institucionalização de uma Federação.

Finalistas da III Copa Futmanobol, que contou com cinco equipes e cerca de 50 atletas

Na III Copa Futmanobol (veja resultados) que encerrou-se no dia 31 de agosto, a UnB foi não apenas palco dos quinze jogos, mas também fonte dos seus principais atores. O esquadrão que vestiu o uniforme azul e verde da universidade conquistou o seu segundo título consecutivo, de forma invicta, com seis vitórias e 133 gols marcados. Na final, equilibradíssima, a equipe UnB venceu o Ceub por 22 a 21. A disputa do bronze também foi parelha, envolvendo duas equipes estreantes: o time dos estudantes de Letras – Japonês, a Niponika, com dois japoneses em quadra, derrotou o Capivarense também por um gol – 12 a 11.

Troféu ganho pela UnB representa os quartetos e os jogos com pés e mãos

No segundo semestre de 2019, os treinos, mais individualizados, ocorrem todas quintas-feiras a partir das 16h30 na Quadra José Maurício Honório Filho, localizada ao lado do banco Santander. Já os amistosos e campeonatos ocorrem na mesma quadra e outros locais aos fins-de-semana. A IV Copa Futmanobol, campeonato que se estende até dezembro, inicia no último fim-de-semana de setembro. Já a primeira edição da Taça Futmanobol, em parceria com a Olé, empresa júnior da Faculdade de Educação Física da UnB, está prevista para 9 de novembro. Informações, bem como a inclusão no grupo de WhatsApp oficial, podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Confira os depoimentos de atletas que competiram na III Copa Futmanobol e o calendário para o segundo semestre de 2019.

Minha experiência com o Futmanobol até aqui tem sido intensa e maravilhosa! Conheci por acaso o esporte enquanto olhava a página de modalidades coletivas no site da UnB (www.esporte.unb.br) e por curiosidade procurei por vídeos no YouTube. Logo depois do primeiro vídeo, vendo o Prof. Cristiano explicar regras da modalidade, apaixonei-me pela proposta de um esporte completo, que necessita de habilidades igualmente distribuídas por todo o corpo do atleta. Uma semana depois já estava treinando e na semana seguinte juntei amigos para apresentar a proposta do Futmanobol, daí fundamos o Capivarense Futmanobol Clube, que com muito orgulho e felicidade participou inteiramente da última copa de Futmanobol - tendo sido essa uma experiência muitíssimo enriquecedora coletiva e individualmente! Hoje o Futmanobol é meu esporte coletivo e propago seus ideais por onde vou!

Rafael Ferreira Martins, atleta do Capivarense

Antes de tudo o objetivo era ser novamente campeão e jogar bem junto com a equipe, e eu sabia que conseguindo fazer isso meu lado individual ia aflorar. O reconhecimento dos outros jogadores e da própria direção do evento com esse prêmio individual (goleador de mãos) é consequência disso. Sobre a estratégia coletiva, foi algo conversado entre mim, o Cristiano (Hoppe Navarro) e o Gustavo (Santana de Souza), pois somos os pilares da equipe. O acordado foi procurar sempre jogar pelo alto, que é o nosso forte e onde podemos impor nosso ritmo de jogo, além de fazer um rodízio das posições 2, 3 e 4, de maneira que não guardávamos posição, sempre estávamos nos movimentando. Juntado tudo isso à experiência, tanto de saber controlar o jogo da melhor forma como de conter a potencialidade dos pontos mais fortes dos adversários. E com relação à janela de transferência, posso dizer que foram 2 títulos sensacionais com a UnB, mas vejo que é momento de buscar novos desafios. Tenho algumas propostas e agora é descansar, aproveitar essas "férias" e analisar bem pra poder fazer minha escolha.

Yuri Mercês Rocha, atleta da UnB

Participar do primeiro campeonato de Futmanobol pela Niponika foi bem sem esperanças no início. Por termos poucos jogadores, sem experiência nenhuma e ter habilidade apenas com os pés. As partidas foram todas bem difíceis por essa deficiência e também pela bola subir bem mais que a de futsal quando se chuta. Então jogamos sem muita cobrança e nos qualificamos por ajuda de pessoas que completaram para nosso time, um W.O. e por fim de intercambistas japoneses que completaram nosso time. Nos trazendo um inesperado terceiro lugar e um novo ânimo para os próximos jogos, mesmo que ainda não tanto quanto o futsal.      

Túlio Romão Pereira, atleta da Niponika

Calendário do Futmanobol no Segundo Semestre de 2019

Texto: Cristiano Hoppe Navarro