Você sabia que a UnB tem em seu terreno um pedaço do litoral brasiliense? 

 

A Prainha Cerrado UnB conecta o Centro Olímpico ao Lago Paranoá, construído artificialmente em 1959 e nomeado com o termo tupi para "enseada do mar". Sua revitalização é um dos projetos da Diretora da DEAC, Cláudia Maria Goulart dos Santos. Neste ano, voltaram as práticas de canoagem, com os caiaques, remos e coletes salva-vidas que ficam guardados no galpão próximo às águas. Também foram realizadas atividades pioneiras de esportes de vela. 

 

 

'' 'Eu remo sorrindo' é um lema que convida a todos(as) - sem distinções - a descobrir através do esporte e do contato com a natureza a importância de se "remar juntos" por uma convivência na sociedade melhor. A prática da canoagem na Universidade de Brasília é uma forma de reunir pessoas de diferentes culturas e locais do Distrito Federal em um propósito comum de saúde e qualidade de vida em meio a um ambiente natural de maneira democrática e acessível.

Fernanda Rachid, canoísta e professora de canoagem

 

Com essa filosofia, sua escola de canoagem  oferta diversos horários, com descontos para a comunidade acadêmica e utilização de embarcações como caiaques, canoas e stand up paddle. A professora realizou, junto com a nova comunidade de entusiastas da canoagem que começa a se formar na universidade, mutirões para limpeza e reparos. O CUCA - Clube Universitário de Canoagem - está também prestes a ser retomado por um grupo de estudantes. 

 

 

As incursões no lago também acontecem através da disciplina de Prática Desportiva, sob a liderança do professor Luma, incluindo atividades de caiaque polo.

 

A terceira via é o projeto Caiaque Comunitário, que remonta à década de 1990, quando a DEAC adquiriu alguns caiaques. O estudante Pedro Henrique Ferreira Lopes foi monitor desse projeto em seu último semestre antes de graduar-se em Educação Física pela UnB.

 

"Foi uma experiência muito gratificante tanto pessoal quanto profissional, pois tive a oportunidade de vivenciar momentos em uma modalidade esportiva pouco conhecida pelos estudantes da UnB e pela comunidade local. Ser monitor do Caiaque Comunitário é um trabalho árduo, mas que no final sempre vale a pena. Sempre tem alguma surpresa nova enquanto estamos remando no lago.

Pedro Henrique Ferreira Lopes, bacharel em educação física

 

 

 

Aprimorar o condicionamento físico com a prática da canoagem, integrar a comunidade e aprofundar a consciência ecológica são os objetivos do projeto. Após noções iniciais de tipos de caiaque e remos, colocação dos coletes e transporte dos caiaques para o lago, a turma vivenciou alguns jogos aquáticos para manobras, como reunir em grupos com características em comum, formar um círculo em ordem alfabética ou "redigir" com os caiaques letras e algarismos. Outras atividades lúdicas foram o nó humano aquático, o desafio dos sete passes sem a bola cair no lago e um jogo onde balões amarrados na proa e na popa eram as "vidas" dos participantes.

 

Em todos os encontros, ao mesmo tempo que se fazia o alongamento, a turma compartilhava algum livro, filme ou evento interessante no fim-de-semana. Também se reservava um tempo livre para meditação e/ou banho no lago. Propôs-se captar para uma exposição fotográfica a flora e a fauna, incluindo capivaras, tartarugas e várias espécies de pássaros observados. Um quiz ecológico testou os conhecimentos dos participantes sobre temas ligados à sustentabilidade, através dos filmes sugeridos em cada um dos seis encontros, como "Marcas da Água", "A Era da Estupidez" e "Home - Nosso Planeta, Nossa Casa".

 

Como parte principal dos encontros, as travessias (veja no mapa) que largaram da UnB exploraram vários pontos do litoral brasiliense, como a goiabeira logo do lado oposto, os clubes situados à margem esquerda ou mesmo as ruínas de um prédio das Forças Armadas que foi abandonado, navegando sempre à direita de quem se aventura a partir da Prainha Cerrado UnB. Espaço este que, ao contrário da construção militar, deve receber mais atenção no período que virá.