Os desafios e as perspectivas do esporte na Universidade de Brasília fizeram parte do XIV Fórum Nacional do Desporto Universitário, realizado nesta quinta-feira (15), em Brasília. Em diálogo com gestores das cinco instituições mais bem colocadas no ranking de 2017 da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), o diretor de Esporte e Lazer da UnB, Alexandre Rezende, trouxe um panorama da organização desportiva interna e mencionou as ambições de sua gestão.
“Muito mais do que falar do que já vem dando certo, venho falar do que sonho”, disse o diretor, um dia após participar da cerimônia de entrega do Troféu Eficiência da CBDU. Ele atribuiu os resultados obtidos na UnB à dedicação dos atletas e discorreu sobre a necessidade de se consolidar políticas que institucionalizem e viabilizem o esporte. “Precisamos construir uma rede colaborativa dentro da própria instituição”, defendeu.
Alexandre Rezende avalia que essa rede passa pela percepção de que o esporte tem caráter multidisciplinar e de que a prioridade da Universidade não é a de preparar os atletas. A formação de recursos humanos e a produção de conhecimento são, segundo ele, os grandes argumentos para dar força ao fortalecimento das modalidades. “É preciso entender que o nosso esporte é adjetivado. É esporte universitário”, disse.
O diretor destacou a recente criação de programas multidisciplinares de extensão, que buscam ampliar o envolvimento entre a academia e as práticas desportivas. “Gostaria que estudantes de nutrição acompanhassem os atletas com o apoio na nutrição esportiva”, exemplificou, antes de mencionar outras áreas de conhecimento que podem beneficiar e ser beneficiadas pelo esporte.
O envolvimento de diferentes unidades poderia ainda impactar no aumento do público das competições universitárias. Na visão de Rezende, a interação estreita os laços da comunidade. “Quando essa cultura estiver difundida, o problema [pouco público] se resolve”, avaliou.
TREINAMENTO – As dificuldades das instituições públicas em contratar treinadores para o esporte de representação foi outro ponto abordado. “Voluntariado vai ser a chave para essa questão”, disse. A ideia do diretor é que os técnicos ministrem cursos para capacitar estudantes e recebam certificados para isso.
O treinador é incluído por Alexandre como um dos pilares do esporte, ao lado dos atletas, gestores e árbitros. O desafio posto é contribuir para estimular e propiciar as condições necessárias para o desenvolvimento de cada um desses atores.
CLUBES E FOMENTO À PESQUISA – Rezende falou ainda da experiência da Universidade em “empoderar os clubes”. Como são de natureza privada, as agremiações têm mais autonomia para captar e gerir recursos financeiros.
Por fim, sugeriu à CBDU a criação de editais amplos de fomento à pesquisa relacionada ao esporte. A proposta é que projetos de áreas diversas sejam beneficiados com recursos financeiros e com selos. Na avaliação de Rezende, mesmo os trabalhos não contemplados contribuiriam para o desenvolvimento do esporte universitário, já que estimulariam a reflexão sobre os desafios da área.
OUTRAS MESAS – Aplicabilidade do Esporte nas Universidades foi o tema do painel com participação da UnB. O fórum trouxe mais cinco rodadas de discussões. A dupla jornada de estudantes-atletas, os desafios das federações e a construção de parcerias estiveram entre as temáticas. Os painéis foram encerrados com informações da visão estratégica da CBDU, que em 2018 trouxe mudanças na realização dos Jogos Universitários Brasileiros e no sistema de pontuação para o Troféu Eficiência.